A palavra, para mim, é o poder maior. A palavra alimenta a mente e a alma. Por isso, não dá para viver sem e passamos a necessitar dela desde que nascemos.
São histórias que nos são contadas do berço ao túmulo e que passam a nos integrar, ramificam dentro de nós e não nos abandonam. Viramos morada dos "causos" e dos segredos que os livros nos sussurram...
As leituras nos levam à experimentação de sensações diversas e, tantas vezes, verbalizam as verdades que carregamos dentro de nós sem que nunca tenhamos conseguido exteriorizá-las. As leituras nos apresentam mundos que passamos a habitar depois: já estive em Hogwarts pelo menos sete vezes; segui Alice no País das Maravilhas sem que ninguém me descobrisse em seu rastro; no Sítio do Pica-pau Amarelo já passei incontáveis férias e, lá, mergulhei no Reino das Águas Claras; estive no Olimpo algumas vezes e desci à terra de Hades tantas outras; trilhei A Montanha Encantada também; por algum tempo habitei O Cortiço; fui “voando, contornando a imensa curva” até chegar na terra dos meninos pelados; comecei a ser apresentada a um “reizinho mandão”, mas foi um “Pequeno Príncipe” que me cativou; de poetas me tornei íntima e descobri que “não tenho caminho novo, o que tenho de novo é o jeito de caminhar”, por isso, pela estrada da leitura persisti e continuei pertencendo a novos cenários; de florestas a palácios, as fantasias que vesti foram e continuam sendo inúmeras!
Impossível não sentir os olhos e o espírito algemados por parágrafos ou versos que me prendem ao dito por outrem do qual me aproprio e faço meu: furto as ideias alheias e torno vasta a minha riqueza. Minha sentença, por essas apropriações, não aceita condicional: presa eternamente ao mundo do “se”, cumpro pena perpétua em labirintos sem direito a asas de cera!
Violei o diário de Anne Frank, vasculhei o que carregavam “Corações sujos” e desvendei tantos outros mistérios...
Minha viagem por esse mundo letrado quer conhecer o maior número de palavras, seja as que se mostram escandalosamente no out-door, seja aquela que se esconde nas entrelinhas de quinhentas folhas. Eu sou leitora, e não abro mão dessa condição de me construir sempre!
por Andréa Ramos de Oliveira Silva, leitora.
Gostei muito!!!
ResponderExcluirSelma do G3